quinta-feira, 5 de março de 2015

Uma reflexão tardia.

Publiquei esse texto em 2008, logo após as eleições municipais. Fiz uma reflexão acerca da "parceria" PT/PMDB. E hoje observamos algo que eu tinha certeza que iria acontecer. Imposição e insurgência do partido mais traiçoeiro da estória democrática desse país. 
Senão, vejamos:

Eleições 2008: Lula ganha, PT perde.

Com o desfecho definitivo das eleições municipais de 2008, nós, militantes de esquerda, chegamos a uma triste, porém real conclusão. Os maiores vencedores foram o presidente Lula e o PMDB. Nós fomos quem mais saímos perdendo. Tudo bem que enterramos de vez os DEMOS, que neutralizamos ainda mais os tucanos e que estamos a frente de prefeituras de 10 capitais, 6 com o PT, 3 com o PSB e 1 com o meu amado PCdoB.
Mas o que me deixa realmente preocupado, é que a inércia do presidente Lula em alguns casos, proporcionou um crescimento substancial ao PMDB, que passou de 2 para 6 capitais governadas pela legenda de centro. Cidades importantes como Rio de Janeiro, Salvador e Porto Alegre, enquanto temos que nos contentar com capitais de menor expressão política, onde se pode destacar Fortaleza, Recife e a parceria hibrída do PT com o PSDB em BH. E a queda de 9 para 6 capitais comandadas pelo partido do presidente.
Quando se trata de números gerais,meus cabelos começam a cair. O PMDB governa 1.203 municípios brasileiros, enquanto o PT vem muito atrás com 557, o PSB tem 311 e os comunistas aparecem com 40 cidades governadas.
Aí vocês devem me perguntar: mas por que a preocupação se o PMDB é da base do governo federal?
Vocês já ouviram falar em criar cobra pra te engolir mais tarde? Pois é. A disputa entre as legendas do PT e do PMDB em alguns municípios (peguem Salvador como exemplo) criaram fissuras na aliança que dificilmente serão corrigidas. O cenário é assustador. Podemos por exemplo, entrar numa disputa pelo governo baiano tendo de um lado o governador Wagner, e do outro o ministro Geddel, ou até mesmo o próprio JH, reeleito prefeito no último dia 26/10. Ou, pasmem, pior ainda. Podemos ter o retorno de membros do regime carlista, nas figuras de Paulo Souto e César Borges, com o apoio incondicional do PMDB, numa forma de retribuir o apoio dado pelo Neto de ACM ao candidato João Henrique.
No que diz respeito a eleição presidencial então, eu não quero nem pensar . As eleições de 2010 prometem. E se vocês quiserem um conselho, apertem os cintos, o comandante da nave petista, sumiu.