quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A deteriorização (e a inversão de valores) no Ensino Brasileiro.

Sou do tempo em que uma formatura no antigo Segundo Grau era evento que merecia pompas e circuntâncias dos formandos.
Nada mais justo. Os que saiam das boas escolas públicas daquela época estavam aptos a se inserir no mercado de trabalho e tais escolas eram frequentadas por alunos de todas as classes sociais.
Mas aí veio o primeiro BUM do ensino brasileiro. O das escolas particulares. Desde então os mais abastados passaram frequentar qualquer budega com o nome de escola. Por pagar melhor, tais escolas também levaram para o seu seio os melhores professores, deixando a escola pública para os marginalizados que assistiam aulas ministradas por professores de capacidade duvidosa.
Iniciou-se então uma competação um tanto quanto covarde, entre os alunos que tinham um bom/ótimo ensino versus os alunos que tinham péssimo/nenhum ensino pelo acesso a uma vaga na universidade pública.
Veio então o segundo BUM do ensino brasileiro. Como se já não bastasse frequentar escolas de boas qualidades, os alunos de classe alta também frequentavam cursinhos pré vestibular, que se proliferaram feito praga em lavoura de cacau nos anos 80. Fato este que aumentou ainda mais o abismo entre alunos "filhinhos de papai" e alunos de escola pública.
Desta forma, as vagas oferecidas nas universidades federais e/ou estaduais eram ocupadas na sua totalidade por alunos das classes A e B, restando aos demais ou cursos não menos importantes, porém menos valorizados como Filosofia, Pedagogia, entre outros, ou pagar para frequentar Faculdades Privadas, oriundas do terceiro BUM do ensino brasileiro.
Devido a uma manobra de FHC, toda e qualquer birosca poderia ter o status de Faculdade, oferecendo assim os mais variados cursos. Podemos observar por aí afora Estácios, Unibans, Vascos, que formam e aceitam alunos como Geyse Arruda, Guilherme de Pádua, Tiririca, etc, o que macula a imagem do país no mundo. O Brasil hoje é conhecido por ser um país que tem vagas de emprego, mas não tem mão de obra qualificada. Ou seja, o alto índice de desemprego é devido ao fato de que não temos pessoas capazes de assumir postos de trabalhos e não por falta de geração deles.
Sendo assim, a inversão na educação brasileira continua concentrando a riqueza nas mão de poucos. Pois os que tem condições de pagar uma Faculdade privada, por ter uma melhor preparação ocupa uma vaga na Universidade pública, enquanto o pobre, tem que se rebolar, mesmo com todos os programas de acesso à educação criado pelo governo Lula, para pagar uma Faculdade particular. Isso porque não teve um ensino médio de qualidade.
Temos que lutar por melhorias no ensino público, desde a pré escola até ao ensino superior. Não deixemos que casos (ou seria descasos???) como os de Salavdor e Valença se torne a tônica de toda uma nação.

2 comentários:

O GUARDIÃO VALENÇA disse...

MUITO BOM MARON, MUITO BOM MESMO... MAS A REALIDADE DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA SÓ MUDARÁ EM 500 ANOS E OLHE LÁ... PARA ISSO SERÁ NECESSÁRIO ACABAR COM AS INSTITUIÇÕES PARTICULARES DE ENSINO, CRIANDO UMA UNICA INSTITUIÇÃO EDUCACIONAL A NÍVEL FEDERAL. ASSIM COMO É NA FRANÇA POR EXEMPLO...
MAS EM QUANTO ESTIVERMOS ELEGENDO A ELITE PARA COMANDAR NOSSO PAÍS, ESSE QUADRO NÃO MUDARÁ...

O GUARDIÃO VALENÇA disse...
Este comentário foi removido pelo autor.